sábado, 14 de março de 2009

CAPÍTULO XI (CONTINUAÇÃO)

“Sinto que está no fim, mamãe! Mas valeu a pena?” Era o que Serena se indagava. Sentia tanta falta da mãe e Lucas cresceria sem a presença materna.
Bocejando, ela deitou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. Estava sentindo um sono e um cansaço grandes. “Só um cochilo!” Foi o seu último pensamento antes de adormecer.

Assim que recebera o primeiro telefonema de Serena, contando da morte de Marcos, Dario pegou o carro e se pôs a caminho da estrada. Mas ela demorou a dar o segundo telefonema para avisar do local onde estava, o que o deixou em um estado de ansiedade extrema. Estava nervoso imaginando que algo tivesse acontecido a ela até que seu celular tocou. Foi com muito alívio que escutou a voz doce dela do outro lado da linha, não deixando de perceber o medo que ela tentava não demonstrar.Como não estava muito longe do motel, ele chegou em poucos minutos. Estacionou o carro de forma mais escondida possível e entrou no local pelos fundos. Não queria que o vissem ali. Sabia que precisavam agir da forma mais disfarçada possível até o desfecho da operação. Com extremo cuidado, percorreu os corredores a procura de algo suspeito, antes de procurar o quarto de Serena.
Deu uma leve batida na porta, mas ela não abriu. Ficou alguns minutos ali esperando e resolveu tentar a sorte pelo lado de fora do quarto. Sua vontade era colocar a porta abaixo, tal a sua ansiedade e nervoso. Mas sua experiência profissional o ajudou a manter a calma. Nunca vivera uma situação em que uma pessoa que ele amava estava envolvida. E isso o deixava louco, pois tinha medo perder a razão num momento crucial.
Havia uma janela e nem precisou de muito esforço para abrir. Entrou no quarto de forma silenciosa e encontrou Serena dormindo profundamente na cama. Estava vestindo um roupão e seus cabelos estavam úmidos ainda e soltos. Dario se esforçou para manter sua mente focada no problema e, se aproximando da cama, chamou baixo seu nome.

sexta-feira, 13 de março de 2009

CAPÍTULO XI (CONTINUAÇÃO)

Sabia que não era prudente sair com seu carro para não ser seguida. Correu até a rua principal e conseguiu um taxi. Pediu que ele fosse até a estrada e desceu quase na metade dela. Não queria deixar nenhuma pista e, assim que o carro sumiu de vista, ela começou a andar procurando um motel qualquer. Já estava anoitecendo e a estrada estava escura e deserta. Tentou não pensar no medo que fazia seu coração bater acelerado. Enfim, avistou um motel a sua frente. Antes de entrar, porém, pegou de dentro da bolsa um lenço para esconder os cabelos e pôs os óculos escuros.
Quando já estava no quarto, trancou a porta com a chave e fez a ligação para Dario, que já se encontrava na metade do caminho. Para espantar o medo e a ansiedade, tomou um banho rápido e vestiu o roupão do motel. Sentou-se na cama e pegou o relatório escrito por sua mãe para ler.
Alguns minutos depois, Serena percebeu que já tinham provas suficientes para acabar com essa máfia. Só no relatório de sua mãe haviam fatos detalhadamente documentados e fotografados de 5 vítimas inocentes. Pessoas com muito dinheiro pagavam por órgãos compatíveis. Algumas vítimas eram ludibriadas por pessoas do esquema que se aproximavam para ganhar confiança, muitas vezes havendo envolvimento íntimo. Depois eram dadas como desaparecidas e os médicos atestavam morte natural, quando o corpo era encontrado. Não havia nenhuma investigação aberta da morte das vítimas. Era um esquema muito bem elaborado e fechado. Todos eram corruptos até a alma.
Serena estava espantada e assustada com toda a história. Nunca imaginara houver algo assim numa cidade pequena como Vista Formosa. A mãe Marina havia tido muita coragem ao levar a investigação adiante. Ela guardou todos os papéis dentro de um envelope e pôs dentro de sua bolsa.