terça-feira, 21 de julho de 2009

CAPÍTULO XV

O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem.
(Saint Exupèry)



Serena abriu os olhos com dificuldade por causa da claridade e se espreguiçou. Apesar de certa confusão mental, lembrou-se do que tinha acontecido. Sem conseguir evitar, seus lábios se abriram em um sorriso quando procurou Dario ao seu lado. Ele estava profundamente adormecido ainda, provavelmente devido ao cansaço acumulado do trabalho e a noite anterior.
Sem fazer barulho, ela se levantou e vestiu o hobby novamente. Já passavam das oito da manhã e Lucas já estava acordado em sua cama. Como ainda usava fralda para dormir, Serena tirou sua fralda e desceu com ele no colo para preparar o café-da-manhã.
─ O que quer comer hoje, meu amor? ─ perguntou, feliz ─ Hoje sua irmã está feliz... aproveite!
─ Feliz, Serena!! Quero cereal...
Serena pôs o cereal no pote do irmão e preparou café e panquecas.
─ Serena, vamos para casa?
─ Meu amor, achei que você estava gostando de ficar aqui...
─ Quero passear... patos!
Serena ficou muda. Não sabia o que responder ao irmão.
─ Vocês voltam para casa hoje, Lucas. ─ uma voz na porta respondeu.
Dario havia acordado e tinha escutado o final da conversa. Sabia que ambos queriam retornar a antiga vida.
─ Dario? Está falando a verdade? ─ perguntou ela, correndo para seus braços ─ Jura?
─ Juro, meu amor!
Os dois se fitaram por alguns instantes.
─ Venha... fiz nosso café! Devo chamar os seguranças?
─ Eles comem mais tarde, Serena! ─ respondeu, duramente.
Ela deu uma risada, mas ficou quieta.

sábado, 18 de julho de 2009

Em breve novas fotos!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

CAPÍTULO XIV - FINAL

“Você está brincando com fogo, menina!” pensou Dario, enquanto seguia para um dos quartos de hóspedes. Precisava tomar um banho para se refrescar e acalmar o seu estado de excitação. Não tinha certeza se Serena sabia o que estava fazendo, por isso precisava ficar menos ansioso. Estava trabalhando tanto nos últimos tempos, e juntando com essa ansiedade, sentia uma forte tensão nos ombros. Depois de pronto, ele hesitou na hora de sair do quarto.
“Melhor esclarecer logo essa situação, senão fico louco!”

Serena estava sentada na cama vestindo apenas um hobby rosa. Estava se sentindo muito nervosa. Tinha conseguido chegar até ali e não ia desistir, mas não conseguia disfarçar as mãos frias e trêmulas. Dario estava demorando e isso a deixava mais aflita ainda.
“Será que desistiu?” pensou, antes de levantar da cama e caminhar até a porta. Colocou os dedos trêmulos na maçaneta, mas hesitou. Ficou algum tempo olhando para a porta, como se pudesse olhar através dela e sentiu algumas lágrimas solitárias descerem pelo seu rosto.
Antes que pudesse tomar alguma atitude, sentiu uma leve batida na porta. Sentindo uma felicidade grande no coração, passou as costas da mão do rosto para limpar os vestígios de lágrimas e abriu a porta.
Os dois se fitaram por um tempo, visivelmente ansiosos. Dario percebeu que ela estava nervosa pelo leve tremor de suas mãos.
─ Posso entrar?
Ela recuou para ele passar e fechou a porta. Ficou alguns segundos fitando a porta que acabara de fechar e com a mão na maçaneta. Seus pensamentos voltaram ao seu pai.
“Não! Você não vai mais atrapalhar minha vida!” pensou desesperada, sentindo os olhos úmidos novamente. Sabia que precisava exorcizar esse fantasma que era a lembrança de seu pai.
─ Sente aqui, Serena. Vamos conversar!
─ Não quero conversar mais, Dario. Estou decidida a seguir em frente. Não posso deixar que as lembranças do meu pai atormentem sempre minha vida. ─ sua voz não era mais que um murmúrio. Ela virou o corpo, de modo a ficar de frente para ele.
Dario sentiu o coração apertar ao fitá-la. Ela tinha no rosto uma expressão decidida, mas o olhar a traía com as lágrimas que ela não deixava descer. Sabia o quanto corajosa ela estava sendo nesse momento.
─ Serena, quero te dizer que não precisamos fazer nada... eu vou ajudá-la a esquecer...
Porém se aproximou alguns passos e pôs o dedo indicador em sua boca suavemente, interrompendo-o.
─ Não diga mais nada... só me beije.
Não resistindo aquele apelo, ele a abraçou com força e tomou seus lábios num beijo carinhoso. Mas ela colou o corpo no dele, desarmando-o. Com um gemido rouco, ele aprofundou o beijo, descobrindo cada canto de sua boca.
Mesmo pega de surpresa, ela não sentiu medo. Nem quando sentiu as mãos dele passeando pelas suas costas até chegarem às nádegas. Quando ele a apertou nessa região, não conseguiu evitar um gemido baixo.
─ Não quero que se envergonhe de expressar seus sentimentos, Serena... ─ disse ele baixinho, percebendo que ela evitava emitir algum som─ Gema para mim, meu amor...
Sentindo as faces vermelhas, ela assentiu timidamente.
─ Perdão... você precisa me ensinar...
─ Eu vou...
Dizendo isso, ele levou a mão até o cinto de seu hobby e o desatou. Quando ele escorregou até o chão, percebeu que ela não havia posto nada por baixo dele.
─ Você é linda, Serena!─ disse, extasiado. Ela ainda tentou se cobrir com os braços, mas ele a impediu.
Pegou ela no colo e a pôs delicadamente na cama. Também, sem nenhuma pressa, começou a se despir. Serena sentiu o ar faltando ao ver seu peito desnudo. Já tinha visto antes, mas agora era diferente. Quando expôs a prova de sua virilidade ao seu olhar, ficou admirada e um pouco assustada.
Ele se deitou a seu lado e a abraçou novamente. Dessa vez, ela passou as mãos pelo peito musculoso e costas. Queria seguir em frente, mas ficou sem jeito. Percebendo sua dúvida, ele pegou sua mão e levou até onde ela queria.
Ele estava quente e muito duro. Passou a mão por toda sua extensão e observava que ele gostava disso, o que a deixou mais confiante.
─ Assim você acaba comigo... ─ disse ele, de repente, tirando a mão dela. ─ Minha vez...
E ele cumpriu. Beijou seus lábios novamente com paixão, enquanto que suas mãos passavam por todo seu corpo. Levou os lábios a seus seios rosados e deu leves mordiscadas. Serena já não raciocinava mais, sentia o corpo arder de desejo. Mas quando ele levou a mão a um ponto do meio das suas pernas, achou que não fosse mais agüentar.
─ Dario, por favor... ─ suplicou ─ Não agüento mais!
─ Calma, meu amor... ─ delicadamente ele introduziu um dedo nela, fazendo ela soltar um gemido rouco ─ Você está pronta!
Ele tinha na voz algo triunfante e algo de felicidade.
─ Querida, olhe para mim! Quero que olhe nos meus olhos enquanto a tomo... pode ser que doa um pouco, mas prometo que passa.
─ Não estou com medo, Dario. Te amo!
Ele afastou suas pernas e se posicionou.
─ Também te amo, Serena. Mais que a minha vida!
E se enterrou em seu corpo de uma vez só. Serena sentiu uma ardência e tentou afastar o corpo, mas ele a segurou. Seu olhar dizia para confiar nele. E foi o que fez. A dor passou rápido e logo seu corpo voltou a tremer de desejo.
─ Dario, vou morrer...
─ Isso é amar, minha querida... ─ exclamou ele, entrando em êxtase junto com ela.
A lua já havia sumido do céu, quando os dois adormeceram, exaustos.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

CAPÍTULO XIV (CONTINUAÇÃO)

Muito lentamente, as duas bocas se uniram. Beijaram-se apaixonadamente com mil promessas não ditas, porém muito bem entendidas.
Instintivamente, Serena colocou os braços ao redor do pescoço dele e aproximou mais o seu corpo. Com esse movimento, a toalha que a protegia escorregou, revelando o biquíni verde e branco que usava.
─ Estou te molhando, Dario. ─ disse Serena, sem jeito. Mas não deixou de perceber o olhar dele sobre seu corpo.
Dario tinha um brilho forte no olhar e ia falar algo, mas antes que pudesse emitir algum som, seu amigo Dimitri abriu a porta de vidro.
─ Dario, que bom que o encontrei aqui. Preciso falar com você! ─ disse Dimitri, sem perceber o que se passava. Atrás dele estavam os dois seguranças, que perceberam a cena e deram uma discreta risada entre eles.
Muito sem graça, Serena pegou a toalha no chão e se enrolou.
─ Vou subir para me trocar. Volto daqui a pouco, Dario.

Os homens foram para a sala.
─ Dario, recebi informações de Ricardo. Ele foi visto na cidade vizinha, segunda uma fonte anônima. Acho que vale a pena conferirmos essa informação.
─ Tem certeza, Dimitri? Já recebemos muitas informações erradas. Estou desconfiado de que há alguém de dentro do escritório envolvido nessa história.
─ Dario, melhor conversarmos sobre isso uma outra hora. Não confio nos dois aqui, são novos e podem comentar com outra pessoa. Além do mais, não acho que Serena deva saber disso também.
─ Acho que você tem razão. ─ respondeu, inquieto.
─ Você anda trabalhando demais, rapaz. Sabe que ficar cansado assim não leva a lugar algum, não é mesmo?... Mas vamos mudar de assunto, chega de falar de trabalho.
Dario assentiu, mas continuava pensativo.
Percebendo que o amigo ainda não estava totalmente afastado do assunto, disse:
─ Sabe, Dario, Serena e Lucas tem alegrado bastante essa casa, mas percebo que ela não vê a hora de voltar as suas funções habituais. Além do mais... acho que os dois seguranças já tiveram diversão o suficiente.
─ Não entendi o que está tentando me dizer... sem meias palavras, por favor.
─ Serena anda tendo o hábito de nadar a noite na piscina. Pessoalmente, não tenho nada contra... acho um hábito muito saudável...
─ O que tem Serena? ─ perguntou, novamente e impaciente.
─ Já peguei mais de uma vez os seguranças bisbilhotando...
─ O que? Como se atrevem? ─ perguntou, furioso.
─ Calma, Dario... nada mais natural... uma moça linda e solteira, não é mesmo? ─ perguntou, piscando o olho.

Serena subiu a seu quarto e tomou um banho rápido. A noite estava quente e vestiu um vestido sem mangas, florido. Passou no quarto de Lucas e deu um leve beijo em seu rosto adormecido.
Desceu as escadas e, quando chegava a sala, escutou seu nome. Percebeu qual era o assunto e não conseguiu esconder o sorriso. Dario estava com ciúmes de dois rapazes!
Não se contendo, entrou na sala e interrompeu a conversa da forma mais natural possível.
─ É verdade, Dimitri. O que tem demais em dois rapazes olhando um simples banho de piscina? ─ perguntou, com um sorriso no rosto.
─ Serena! ─ ralhou Dario.
─ Vamos acalmar os nervos, “crianças”. Que tal fazermos um lanche?
Os três seguiram para a cozinha e comeram uns sanduíches que estavam prontos na geladeira. Dario não parava de olhar Serena, ora ciumento, ora raivoso e ora desejoso. E sempre encostava-se a ela, com alguma desculpa. Serena estava gostando daquele jogo.
─ Dario, já está tarde. Acho melhor você dormir aqui... não é mesmo, Dimitri? ─ disse Serena, sentindo-se ousada.
─ Concordo. Bom, eu vou dormir. Amanhã preciso acordar muito cedo. Tenha uma ótima noite vocês dois. ─ disse, enfatizando a última frase e saindo da cozinha.
─ Eu também vou para meu quarto, Dario. ─ disse, imitando um bocejo.
─ Ainda não terminei meu assunto com você, mocinha!
─ Não? ─ fingindo-se inocente.─ Será que você se refere ao fato de ter sido observada nadando? Não estava nua, Dario.
─ Serena... não me faça perder o juízo! ─ disse, sentindo-se atormentado pelas imagens que começaram a surgir em sua mente.
Ela se aproximou dele e o beijou nos lábios levemente. Depois disse baixinho no seu ouvido:
─ Esse é um privilégio que só você terá... você sabe aonde fica meu quarto...
Serena tinha as faces em fogo quando saiu correndo da cozinha. Seu coração dava piruetas dentro de seu peito. Nunca imaginara fazer algo tão ousado. Mas sentia uma necessidade enorme de dar um passo em frente com Dario. Finalmente, tinha a certeza de seu amor em seu coração.

sábado, 4 de julho de 2009

CAPÍTULO XIV (CONTINUAÇÃO)

(...)
Quando chegou a casa de Dimitri, um segurança o informou que ele não estava e que não tinha hora para voltar.
─ Você está dispensado de vigiar o interior da casa. Deixe por minha conta. Tente se comunicar com o seu companheiro.
─ Sim, senhor Dario.

A lua já estava alta no céu escuro e estrelado quando Serena resolveu sair da piscina. Ultimamente estava gostando de nadar nesse horário tardio, pois Lucas já dormia e a casa ficava no mais completo silêncio.
Enrolando-se numa toalha, ela sentou numa das espreguiçadeiras e se pôs a pentear os cabelos molhados. Estava tão distraída que não percebeu a chegada sorrateira de Dario.
─ Sabia que nessa época do ano, o vento é gelado?
Serena se assustou com a voz de Dario e acabou largando o pente. Sentiu no coração uma alegria imensa ao vê-lo ali tão perto, mas as lembranças recentes nublavam esse sentimento.
─ O que faz aqui, Dario? ─ perguntou, num tom mais frio possível.
Ele se aproximou dela e pegou o pente do chão.
─ Você devia ter medo de ficar doente.
Como se aquela frase fosse à última gota d´água, Serena pegou o pente com a mão trêmula e desandou a falar.
─ E se eu ficar doente? O que isso importa para você, Dario? Você esqueceu de mim, não é mesmo? Pouco se importou comigo quando estávamos fugindo... eu estava apavorada, sabia?... você quis me dar uma lição, não foi? Pois pode se sentir satisfeito, pois conseguiu! Não quero mais envolvimento nessa história... não quero mais ficar aqui... vou sumir com meu irmão...
Antes que pudesse terminar a frase, Dario a abraçou com força e desespero, segurou sua cabeça e a beijou com certa violência.
─ Solte-me! ─ gritou e, reunindo o pouco de força conseguiu, o empurrou ─ Não quero sua piedade.
Nessa altura, sentiu as lágrimas descerem pelo seu rosto. Sentindo um misto de vergonha e humilhação, virou as costas e correu para dentro da casa. Mas antes de conseguir passar pela porta, Dario a alcançou e segurou seu braço.
─ Agora você vai me ouvir, Serena! ─ disse, com voz alta e séria.
─ Por favor... solte-me! ─ implorou. Sua voz não era mais que um murmúrio.
─ Perdoe-me, Serena. Eu só agi daquele jeito por medo. Você podia ter morrido... não pensou nas conseqüências dos seus atos. E eu não me perdoaria se não conseguisse te proteger! Eu não podia agir com o coração!
─ Por favor... olhe para mim! ─ pediu ele.
Serena abriu os olhos, lentamente. As suas palavras iam penetrando em sua mente.
─ Por quê?
─ Porque quero que olhe nos meus olhos e diga se estou mentindo... Eu te amo, Serena! Eu me sinto incapaz quando você está em perigo. Mas prometo que vou aprender a superar esse sentimento. E preciso que me ajude... me ensine!
Eles ficaram uns minutos se olhando. O mundo parecia ter parado de girar nesse instante.
─ Eu te amo, Dario. Eu também quero que me ajude... amar sempre foi sinônimo de sofrimento para mim...
Ele colou sua boca na dela, impedindo que terminasse a frase.
─ Vou te ensinar o que é amar, Serena.