sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

CAPÍTULO XI (CONTINUAÇÃO)

(...)

Serena saiu da lanchonete e andou o mais calmamente que pôde em direção a seu carro. Havia muita gente no quarteirão ainda, a maioria de curiosos. Custava a acreditar que Marcos estava morto e pelo motivo que a mãe.
“Isso não vai ficar assim!”
Num impulso, caminhou até a multidão e, como uma boa jornalista, fez todo o tipo de perguntas. Mas cada um contava uma versão diferente. Foi até um policial para tentar descobrir algo.
─ Por favor... será que o senhor poderia me ajudar? Eu estava vindo visitar o Sr. Wong.
─ Qual a sua relação com ele?
─ Eu sou a enteada dele. ─ respondeu, percebendo que ele não diria nada se não houve relação entre os dois.─ Ou melhor, quase enteada... ele estava noivo de minha mãe.
─ Entendo... qual seu nome?
─ Serena, senhor.
─ Marcos Wong teve o apartamento invadido e saqueado durante a manhã de hoje. E provavelmente reagiu ao assalto e levou três tiros.
─ Meu Deus! Mas havia sinal de luta na casa?
─ Aparentemente não, senhorita.
─ Mas será que o senhor não percebe? Isso não foi um assalto! ─ Serena estava praticamente gritando e chamou atenção de outros policiais.
─ O que está acontecendo aqui?─ perguntou um outro policial. Era moreno, alto e com um olhar assustador.
─ Essa jovem ficou transtornada quando soube do assassinato do Sr Wong!
Quando o outro policial olhou para ela, Serena percebeu que fora reconhecida.
“Já sabem que eu sou!” pensou desesperada.
─ Melhor me acompanhar... Serena! ─ disse, segurando seu braço com força.
Ela se deixou levar apenas alguns passos.
─ Como sabe meu nome?
─ Vamos deixar de encenação, Serena. Você brincou com fogo... e vai sofrer as conseqüências disso.
─ Vocês mataram várias pessoas inocentes, seus assassinos!
O policial deu uma breve risada.
─ Você é mais bonita pessoalmente. Não é a toa que conseguiu enganar Ricardo, um mulherengo de marca maior. Talvez possamos brincar um pouco...
─ Vá para o inferno, seu verme! Vamos ver quem vai sair ganhando! Vou pôr todos na cadeia.
Dito isso, ela gritou desesperadamente “Fogo” e apontou para a entrada do prédio. Todos olharam na direção apontada e correram. Serena sabia que se gritasse por socorro, iriam achar que estava perturbada. Aproveitando o momento de distração do policial que a segurava, ela se soltou e correu na direção oposta. Ele não poderia fazer nada. Nem mesmo prendê-la.

(...)

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