segunda-feira, 8 de novembro de 2010

CAPÍTULO XVII

Contra sua vontade, Serena acabou cochilando. Abriu os olhos com certa dificuldade e reparou que o quarto ainda estava na penumbra, indicando que ainda era noite. Dario dormia ao seu lado em sono profundo. Tinha que olhar o computador antes que ele acordasse. Quando entrou no quarto algumas horas antes, percebeu que Dario lia algo desagradável, o que foi confirmado quando desligou rapidamente a tela.

Levantou da cama de forma silenciosa e vestiu a primeira coisa que achou no escuro, que era a blusa de Dario. Ainda olhou para ele adormecido para certificar-se de que não iria acordar, pegou seus óculos na bolsa e ligou a tela do computador. Leu rapidamente a mensagem do amigo dele e entendeu porquê ele estava preocupado. Mas era exatamente o que ela tinha em mente. Anotou num papel o email do amigo dele. Iria mandar um email para ele do trabalho e fazer as coisas do jeito dela e, se necessário, escondido de Dario.

Como estava com sede, saiu do quarto silenciosamente e desceu para a cozinha. Pegou um copo de água e foi para a piscina. Pensava em dar um mergulho, mas não queria fazer barulho e estava sem roupa de banho. Sentou-se na beirada da piscina e ficou olhando a água, pensativa. Por isso, não escutou o barulho de passos.
─ Perdeu o sono?─ Dario estava a seu lado, vestindo apenas um short.
─ Estava com sede...
Ele sentou-se a seu lado, mas estava desconfiado de que ela tinha lido seu email. Sabia que ela não teria posto os óculos se não fosse ler algo.
─ Tem certeza?
Ela olhou para ele, surpresa com a pergunta.
─ Como assim?
─ Tem certeza de que só estava com sede?
“Dario não é bobo.”
─ Na verdade eu tava pensando em mergulhar... mas não trouxe roupa de banho.─ tentou desconversar.
─ O quarto da minha mãe é de frente... e ela tem sono pesado.
No minuto seguinte, ele estava nu na sua frente. Ela não cansava de admirar o corpo bem feito dele.
─ Dario, não acho uma boa idéia...─ não se sentia confortável em mergulhar sem roupa com ele. Ficaria muito exposta.
Sem dizer nada, ele a fez levantar e a beijou lentamente.
─ Não é justo... ─ reclamou ela.
─ O que não é justo, meu amor?─ perguntou ele, docemente.
─ Eu não consigo pensar direito com você me beijando assim...
─ Então não pense...
Quando se deu conta, também estava sem roupa e dentro da piscina com ele.
─ Você é louco...─ disse, com a voz doce e puxando ele pelo pescoço.
─ Só se for por você.─ respondeu, beijando-a e pressionando seu corpo contra a parede.
Mas um barulho nos arbustos assustou a ambos. Rapidamente, Dario saiu da piscina, vestiu o short e foi averiguar o que havia causado o barulho. Lamentou não estar com sua arma por perto. Não achou ninguém ali por perto.
─ Serena, fiquei aí dentro que já volto.Escutou? ─perguntou com voz séria.
Ela ficou quieta dentro da piscina e olhou a sua volta. Alguns galhos mexiam levemente no lado esquerdo da casa. Sentiu um arrepio subir pela espinha ao pensar em quem poderia ter estado ali, observando tudo. Resolveu sair da piscina e procurar Dario, pois estava com medo. Pegou a blusa que vestia e, quando ia vestir, escutou passos pertos.
Quando virou, avistou um homem caminhando em sua direção e com a arma em punho. Com o susto, largou a blusa e, só percebeu a situação quando Dario apareceu, logo em seguida.
Ele gritou para o homem sair dali e parecia muito irritado. Foi só então que se deu conta que estava nua e o tal homem a olhava com um sorriso irritante nos lábios. Abaixou-se e pegou a blusa para se cobrir.
─ O que você está fazendo aqui, Jean? O que pensa que está fazendo entrando na minha casa, invadindo minha privacidade?─ Dario gritava para o homem.
Quando ele viu Serena nua e em pé na frente de Jean, sentiu o sangue fervilhar nas veias. Ele segurava a arma e tinha assustado ela, o que o deixou com uma ira que era incapaz de mensurar.
─ Serena, vá para o quarto. Vou resolver isso aqui e já vou. ─ disse, numa voz mais calma para não assustá-la, envolvendo-a com uma toalha de banho, como se quisesse protegê-la do olhar daquele homem.
─ Está tudo bem.─ disse ainda. Ela o olhava sem entender o que estava acontecendo ali. ─ Já te encontro lá em cima.
Assim que ela desapareceu pela porta, ele se virou com fúria no olhar para o homem parado ali na sua área.

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