sábado, 1 de dezembro de 2007

CAPÍTULO VII (CONTINUAÇÃO)

(...)
Ele a colocou sentada na mesa da cozinha e foi buscar o kit de primeiro socorros. Enquanto isso olhou para o joelho e viu que estava bem ralado, provavelmente por estar usando uma saia e não a calça comprida costumeira.
Dário voltou à cozinha com uma caixa de remédios e, com um pedaço de algodão, limpou o machucado. Mesmo doendo, Serena mordeu o lábio inferior e ficou quieta.
─ Obrigada, Dário. Mas não quero mais te incomodar. ─ disse ela, percebendo que o clima estava tenso. Dário estava muito estranho.
─ Precisamos conversar, Serena. E dessa vez quero a verdade!
Ela saltou da mesa e o encarou com um misto de medo e desafio.
─ Que verdade? Não sei do que está falando!
─ Tem certeza? Por que não me disse que você é filha de Marina Hill? Eu não havia ligado seu sobrenome ao dela. Mas agora, tudo me começa a se encaixar.
Serena ficou muda de espanto, pois não esperava essa descoberta.
─ Serena, por favor, preciso que você me conte a verdade. Eu posso ajudá-la, só você não percebe isso.
─ Como... você pode me ... ajudar? ─ perguntou confusa.
─ Sua mãe investigava algo perigoso e tenho a intuição de que você veio terminar o que ela começou.
─ Como você sabe disso, Dário?
─ Eu sou um policial, querida. Esqueceu?
Não, ela não esqueceu.
─ Não sei se posso confiar em você... pelas poucas informações que obtive, sei que há policiais envolvidos nessa história suja.
─ Também sei disso. Mas você precisa confiar em mim, Serena. Será que se olhar no fundo do seu coração, não há uma mínima parcela de confiança em mim? ─ perguntou, agora mais carinhoso.
Ela o olhou bem dentro dos olhos e suspirou. Sabia que estava perdida.
─ Dário, minha vida sempre foi muito complicada. Reconheço que tenho dificuldade em confiar nas pessoas, principalmente depois de ter perdido minha mãe. E por incrível que possa parecer, ela também não confiou em mim, pois não me contou nada do que estava acontecendo. Mas algo dentro de mim soube que eu podia confiar em você, desde a primeira vez em que te vi.
O final da frase não foi nada mais que um murmúrio e baixou os olhos, envergonhada. Por isso não viu o brilho que surgiu nos olhos daquele homem que a fascinava.
─ A minha vontade é te beijar, Serena. Mas não sei se devo...
─ E porque não me beija? ─ perguntou com uma coragem que não sabia que tinha.
Ele não precisou escutar mais nada e a abraçou pela cintura, trazendo seu corpo junto do dele. O calor do corpo dele a deixava sem ar e com formigamentos pelo corpo. Eram muitas sensações novas, mas que queria muito descobri-las.
─ Olhe para mim, querida! ─ perguntou em voz baixa, junto ao seu ouvido. ─ Não tenha medo.
─ Não tenho medo de você... ─ respondeu, levantando a vista e encontrando um par de olhos castanhos brilhantes.

Nenhum comentário: