sexta-feira, 10 de abril de 2009

CAPÍTULO XII (CONTINUAÇÃO)

A essa altura, ambos já estavam encharcados. Mesmo descalça Serena caminhou da forma mais natural que consegui até a estrada. O carro da tal amiga dele estava parado no acostamento. Dario abriu a porta traseira para ela, mas sentou no banco ao lado da amiga.
Serena ficou magoada com a atitude dele. Sentia um nó na garganta e sabia que estava prestes a chorar.
─ Mariana, essa é Serena. A amiga sobre quem lhe falei.
─ Tudo bem, Serena? Que infortúnio hein? ─ cumprimentou Mariana, enquanto ligava o carro.
“Amiga?”
─ Que sorte eu passar aqui justamente hoje! ─ continuou ela.
─ Que sorte mesmo... ─ respondeu com voz baixa.
Os dois conversaram durante todo o caminho e Serena permanecia em silêncio. Aproveitou para observar melhor a tal Mariana. Era uma mulher loira, com pele bem clara e devia ser alta. Era muito bonita. Bonita demais até.
Chegaram ao destino em menos de uma hora. Mariana estacionou o carro na garagem de um prédio alto no centro da cidade e todos desceram do carro.
─ Nem sei como te agradecer, Mariana.
─ Vocês dois estão muito molhados. Faço questão que subam e troquem de roupa.
─ Não sei se é seguro.
Serena acompanhava a conversa como se não estivesse ali.
─ Dario, já estou acostumada a isso, esqueceu. Somos colegas, lembra?─ disse ela, rindo e dando uma cutucada com o braço nele. Vamos, Serena?
Os dois seguiram em frente e Serena ficou parada por alguns minutos. Tinha vontade de sumir dali. Mas seus pés não a obedeciam. Como um boneca de pano, seguiu os dois pelo corredor. Seu pé doía cada vez mais e estava se sentindo muito fraca. Em determinado momento, os dois viraram para a direita e ela não conseguiu mais seguir em frente. Sentiu que a visão estava falhando.
─ Serena? ─ escutou uma voz masculina, mas parecia vir de longe.
─ Estou... bem...
Ainda conseguiu escutar a voz de Mariana dizer algo sobre o estado de seu pé. Depois disso, a escuridão a envolveu.

─ Dario, como você não percebeu que essa meninas torceu o pé desse jeito? Você sempre foi muito observador. ─ perguntou Mariana, com tom de recriminação na voz.
Quando Serena desmaiou e viu que o pé dela estava bastante inchado e vermelho, Dario se sentiu o pior dos homens. Estavam numa situação de extremo perigo e agiu profissionalmente, apesar de também querer dar uma pequena lição para ela. Mas agora estava muito arrependido.
Ele a pegou nos braços e entraram no apartamento. Mariana cuidou de Serena, deixando Dario do lado de fora do quarto. Ele estava muito nervoso e com uma enorme sensação de culpa.
─ Não sei, Mariana. Foi tudo tão repentino.
─ Qual a sua ligação com essa menina? ─ perguntou, mas nem precisou esperar pela resposta. ─ Nem precisa me responder, dá para ver nos seus olhos. Ela estava segurando a bolsa com muita força. Deve ter algo aqui de importante.
Dario pegou a bolsa e achou o relatório. Tinham as provas necessárias para acabar com tudo já.
─ Acho melhor você me contar tudo desde o princípio, Dario. Sabe que posso ajudar vocês.

Nenhum comentário: