sexta-feira, 5 de outubro de 2007

CAPÍTULO V (CONTINUAÇÃO)

(...)

Serena sentia lágrimas descerem pelo seu rosto enquanto dirigia de volta para casa em Vista Formosa. A história relatada por Marcos continuava ecoando em sua cabeça.

“... Não sei todos os detalhes, mas sei que sua mãe deixou tudo explicado numa carta. Ela pediu que eu te entregasse essa chave e esse papel. Isso é tudo o que posso te dizer, menina Serena. Eu não quis saber mais. A morte de sua mãe nos afetou de modo avassalador. Por causa de sua investigação, o jornal acabou fechando. Sua mãe mexeu com gente graúda e as conseqüências foram as piores. Por isso, você achou tudo muito quieto e vazio. Serena, não acho necessário você sofrer mais... seja feliz! Tenho certeza de que sua mãe também quer isso.”

Essas foram suas últimas palavras, mas não saíam de sua mente. Ela olhou para o envelope branco jogado no banco do carro e estremeceu. Não tivera coragem de abrir ainda.

Ela secou as lágrimas com as costas da mão e olhou para o céu. Notou que já estava escurecendo. A estrada estava vazia e o silêncio era perturbador. Serena se sentiu muito sozinha e triste nesse momento. Já tinha entrado em Vista Formosa e resolveu parar o carro perto de uma lanchonete.

Encostou o rosto no volante e voltou a chorar. Sentia um vazio imenso dentro de seu coração. Queria entender por que a mãe se expôs tanto quando tinha uma família para cuidar. Queria entender o motivo de sua própria tristeza. Não tinha respostas naquele momento. Apenas lágrimas. Não soube dizer quanto tempo se passou até escutar baterem no vidro do carro.

─ Serena? Está tudo bem? Abre o vidro, por favor. ─ era Dario quem estava do lado de fora, segurando uma lanterna.

Ela levantou o rosto banhado de lágrimas e sentiu uma imensa alegria ao ver quem era.

(...)

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