terça-feira, 11 de novembro de 2008

CAPÍTULO IX

A ação nem sempre traz felicidade, mas não há felicidade sem ação. (Benjamin Disraeli)

─ Onde estou? ─ perguntou Serena, sonolenta.
─ Você está no hospital. Lembra de algo antes de ter desmaiado?
Serena tentou focalizar a vista e percebeu que falava com um médico.
─ Lembro que eu estava conversando com Mônica.
─ Que bom. Serena, você teve uma queda de pressão e desmaiou. Nada demais. Estava há quanto tempo sem se alimentar?
─ Não sei bem... e meu ir... filho Lucas?
─ Ele está com a babá. Não se preocupe... vou te liberar já, está bem Serena? Procure se alimentar de 2 em 2 horas até amanhã. E beba bastante água. Alguém vai te levar em casa?
─ Acho que...
─ Eu a levarei, Dr. Farias. Não se preocupe. Ela está em boas mãos. ─ disse Dario, entrando no quarto.
Serena chegou a sorrir quando o viu. Estava sem uniforme e mais charmoso que nunca.
─ Serena, pode ir se arrumando. Vou passar algumas recomendações para Dario.
O medicou levou Dario para fora do quarto.
─ Dario, faça essa moça se alimentar e não deixe que ela sofra nenhum estresse por essa semana. Ela teve uma queda de pressão séria. Sua mãe me disse que ela está passando por alguns problemas. Provavelmente não agüentou toda a pressão.
─ Pode deixar comigo.


─ Serena, você quer ir para casa ou prefere ficar comigo e minha mãe? Na minha casa você será bem cuidada.
─ Não quero dar trabalho, Dario. Já estou melhor.
─ Você se faz de durona, mas acho que é frágil. Vamos passar na sua casa para você pegar algumas roupas e ficar conosco essa noite, pelo menos. Lucas vai ficar bem com a Martha.
Ela ia retrucar, mas desistiu. Sabia que ele estava decidido e tinha que reconhecer que ainda estava se sentindo bem fraca.
Ele a olhou rapidamente pelo canto do olho e deu um leve sorriso, apesar de gostar quando ela se fazia de brava.
Ele estacionou o carro na frente de sua casa. Serena reparou que a grama estava muito alta. Não tivera nem tempo de contratar um jardineiro.
─ Tenho que separar roupas pro Lucas também?
─ Não precisa. Tomei a liberdade de trazer Martha e ela já pegou tudo.
Serena só assentiu com a cabeça. Quando ia subir as escadas, sentiu mais uma vez fraqueza e cambaleou. Sem dizer nada, ele a pegou no colo e subiu as escadas. Perguntou onde era o quarto e entraram.
─ Você ficou quanto tempo sem se alimentar, Serena? ─ perguntou enquanto ela tirava uma bolsa debaixo da cama.
─ Não sei bem...
Enquanto separava algumas mudas de roupa, reparava que Dario olhava o quarto com interesse. Por isso não se surpreendeu quando ele comentou:
─ Seu quarto é do jeito que eu esperava.
─ E como você esperava?
─ Um quarto muito claro, limpo, organizado e bem... digamos, feminino.
─ Não é justo... agora você conhece meu quarto mas não conheço o seu.
No mesmo instante, percebeu que falara demais. Dario a olhou com um brilho no olhar e respondeu:
─ Quando você quiser Serena...
─ Desculpe... as vezes falo sem pensar.─ disse, muito envergonhada.
─ Não há porque pedir desculpas.
Serena se virou para o armário para disfarçar seu embaraço e lembrou que tinha que pegar roupas íntimas também. Tentou pegar o mais rápido que pôde e escondeu dentro das suas roupas para Dario não perceber. Mas, como sempre era uma desastrada perto dele, deixou o bolo de roupa escorregar das mãos e tudo ficou a vista dele.
─ Você e sua mania de derrubar tudo nos meus pés. Estou achando que é algum truque seu, Serena. ─ perguntou, num tom levemente malicioso.

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