terça-feira, 11 de novembro de 2008

CAPÍTULO X

A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita. (Mahatma Gandhi)

Assim que escutou a voz dele, correu para a sala. Ele estava com uma expressão séria no rosto e parecia que ia partir para cima de Ricardo a qualquer momento.
─ Onde está Serena? ─ perguntou, surpreendentemente, com voz controlada.
─ Estou... aqui... ─ respondeu, entrando na sala.
Quando Dario viu o estado em que ele se encontrava, fechou as mãos e sua expressão era de fúria. Mas o olhar de Serena dizia para ele se controlar.
─ Não entendo o que você quer com Serena, Dario? Não está vendo que estamos... ocupados?
─ Serena, seu filho precisa de você! ─ foi a única coisa que ele disse.
─ Claro... desculpa... preciso ir embora. ─ não sabia nem de onde tirava forças para falar alguma coisa.
Mesmo com passos vacilantes, caminhou na direção de Dario.
─ Tem certeza, Serena? ─ perguntou Ricardo, segurando seu braço.
Ela percebeu que Dario chegou a dar um passo na direção de Ricardo. Desesperada para sair dali e se livrar do toque daquele homem, ela disse:
─ Meu filho precisa de mim. Sinto muito.
E com toda a força que tinha, saiu do apartamento dignamente. Dario ainda deu uma última olhada para Ricardo, mas pensou melhor e saiu atrás dela.
Assim que sentiu o ar fresco no rosto, sentiu as lágrimas descendo de novo. Dario segurou sua mão e a fez entrar no carro. Sentia que ele estava a ponto de explodir, mas ela estava tão cansada e fraca.
─ Vou levar você para sua casa primeiro. Não quero que minha mãe a veja assim. ─ foi a única frase que ele disse no trajeto inteiro.
Serena ficou o tempo todo com o rosto virado para o outro lado, tentando esconder as lágrimas que teimavam em vir. Mas o que realmente queria, era esconder o rosto no peito de Dario e chorar muito.
Mas achava que ele ia pensar que era fraca.
Assim que ele estacionou o carro, ela abriu a porta antes de dar chance dele ajuda-la. Queria lavar o rosto e o corpo. Mas, por estar fraca ainda, assim que saiu do carro sentiu o sua visão falhar e achou que fosse desmaiar.
─ Dario? ─ chamou as cegas.
─ Estou aqui ao seu lado, meu amor... ─ e tudo sumiu de vez.
Quando abriu os olhos, viu que estava no sofá da sala de sua casa. Dario estava ao seu lado e sorriu quando ela acordou.
Involuntariamente acabou sorrindo também. Mas logo depois se lembrou de tudo.
─ Dario, sei que você está irritado comigo e que precisamos conversar. Mas quero tomar um banho e me trocar, ta?
─ Vou te ajudar a subir as escadas.
Assim que viu sua imagem refletida no espelho, levou um choque. Estava com a maquiagem borrada, o vestido todo amassado e rasgado e seu braço esquerdo estava com uma marca roxa. Marca de uma mão.
Rapidamente, tirou toda a roupa e jogou na lixeira. Entrou debaixo do chuveiro e ficou até se sentir limpa.

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