quarta-feira, 12 de novembro de 2008

CAPÍTULO X (CONTINUAÇÃO)

(...)Algum tempo depois, os dois estavam sentados no sofá, ainda abraçados.
─ Dario, deixei no carro os papéis que achei no escritório de Ricardo.
─ Que tipo de papéis?
─ Achei uma agenda com muitos nomes e telefones e uma pasta com fichas de pacientes. Não deu tempo de analisar com calma.
─ Como você conseguiu que ele saísse de casa?
─ Acho melhor não falarmos mais nisso, Dario... Por favor...
─ Está bem. Você tem razão. ─ disse resignado. ─ Serena, vamos voltar para a minha casa. Não vou voltar mais para a delegacia hoje. Minha mãe deve estar preocupada. Lá, poderemos conversar e analisar esses papéis.
Antes de saírem, Serena se lembrou da carta da mãe. Quando foi buscar a carta, lembrou do pequeno envelope com a chave. Pegou tudo com o propósito de mostrar para Dario quando chegassem em casa.

─ Minha filha, me desculpe por ter telefonado para meu filho, mas fiquei preocupada. Aconteceu alguma coisa?
─ Você fez muito bem, Mônica. Acho que vou te agradecer pelo resto da minha vida. ─ respondeu Serena sorrindo. ─ E desculpe por ter deixado você nervosa.
Mônica também sorriu e olhou significativamente para o filho. Sabia que algo tinha acontecido, mas que não queriam contar.
─ Bom, meus filhos, acho que vocês querem descansar.
Achando melhor não contrariar mais Mônica, Serena subiu com ela para o quarto. Trocou a roupa por uma camisola mais leve e juntou todos os papéis que estavam em sua bolsa, inclusive a carta da mãe. A noite seria longa.
Saiu do quarto de forma mais silenciosa que pôde. Não sabia se Dario ainda estava no andar de baixo ou se já tinha ido para o quarto. Quando já estava com um pé no degrau, Dario aparece ao seu lado, ainda no corredor.
Com o susto, ela se desequilibrou e, se não fosse por ele, teria caído. Os papéis foram parar todos espalhados pela escada.
─ Você não perde essa mania, Serena! ─ exclamou ele rindo, enquanto a ajudava a recolher tudo.
─ Eu ia te procurar para te mostrar todos os papéis.
─ Eu já apaguei tudo lá embaixo. Vamos para o meu quarto.
─ Mas... e se sua mãe acorda? O que ela vai pensar?
─ Serena, minha mãe já deve estar dormindo e eu não sou mais um menino.
─ Ah... como sou boba, né? Você já deve ter trazido muitas mulheres... ─ disse, abaixando o rosto e fingiu ajeitar os papéis que tinha nas mãos.
Ele a segurou pelo queixo e, com o polegar, fez carinho em sua bochecha.
─ Serena, quero que fique muito claro entre nós que eu nunca trouxe mulher alguma para a minha casa, muito menos para o meu quarto. E houve sim, outras mulheres... não sou nenhum santo, mas nenhuma igual a você. Vamos.
Ele a conduziu para uma porta no final do corredor.
─ Bom, aqui está meu quarto... você não queria conhecer?

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