segunda-feira, 10 de novembro de 2008

CAPÍTULO VIII (CONTINUAÇÃO)

(...)Sem responder, Dário a levou para fora do prédio. Serena preferiu não falar nada até estivessem longe da redação.
─ Dário, não é nada disso do que você está pensando.
─ E o que você acha que estou pensando?
─ Bem... provavelmente é mesmo o que você está pensando... mas acho que precisamos disso. E você sabe bem disso, apesar de não querer concordar!
Dário a olhou nos olhos por alguns instantes com um misto de raiva, surpresa e dor refletidos nos olhos. De repente beijou Serena com um misto de violência e paixão.
─ Eu sei que te conheço há pouco tempo, mas meus sentimentos são muito fortes. Só de imaginar você conversando com aquele cretino, o sangue me subiu a cabeça.
Serena ficou um pouco espantada pela violência dos beijos, mas soube entender e tentou esconder a sua inexperiência. Ela sabia que devia conversar com ele sobre Lucas e seu pai, mas esperava o momento certo.
─ Você me promete uma coisa, Serena?
─ O que?
─ Que não vai deixar esse homem encostar um dedo sequer em você.
─ Dário... não sabia que... você pudesse pensar isso... ─ foi apenas o que conseguiu dizer. Não esperava que ele sequer pensasse que ela deixaria Ricardo beija-la. Ainda mais estando tão apaixonada por Dário assim. Mais uma vez a palavra confiança vacilava na sua mente.
Não sabia explicar, mas se sentiu vazia e triste. Precisava se afastar dele e ficar sozinha.
─ Dário, não estou com fome. Preciso voltar para a redação.
─ Mas...
─ Não me procure mais na redação, por favor. Depois conversamos... me desculpe.
E deu meia volta e fugiu.

Passaram-se dois dias completos. Era manhã de Domingo e Serena estava passeando com Lucas no parque. O menino adorava aquele lugar e sorria o tempo todo. Já Serena era o oposto. Estava abatida e triste. Pensara muito no pai nos últimos dias e chegara a conclusão de que ele era o culpado por suas inseguranças. Principalmente na questão do amor. Ela havia absorvido toda a incerteza e medo que a mãe viveu. Sabia que precisava conversar com Dario, mas se perguntava se poderia confiar nele.
─ Serena... podemos ver os patos?
─ Claro, meu anjo... vamos até o lago.
Assim que chegaram ao lago, ela abriu a bolsa para procurar uns pedaços de pão que trouxera para Lucas alimentar os animais. Mas na hora que foi puxar o saquinho, seu celular acabou voando longe. E foi parar no pé de um homem que estava caminhando na sua direção. E esse homem era Dario, que estava lindo no seu habitual uniforme de policial. Serena também notou que ele estava abatido.
─ Olá, Serena. ─ cumprimentou ele─ Olá Lucas!
─ Você pode me levar lá?─ perguntou o menino, apontando para o lago.
─ Lá é perigoso, rapaz. Sua mãe não vai deixar.
─ Minha mãe não...
─ Não vai deixar mesmo! ─ cortou ela, percebendo que o menino ia dizer algo comprometedor.
─ Serena, até quando você vai fugir de mim? Te ligo todos os dias e você não atende.─ perguntou com voz cansada.
─ Desculpa, Dario. Ando realmente ocupada.
─ Ocupada com o que? Com Ricardo Fray? Faz idéia do perigo que você está correndo?
─ Dario, aqui não é o lugar mais adequado. Todos estão curiosos.
─ Policial Saros? Pode vir aqui um instante?─ chamou um outro policial.
─ Dario, você está de serviço agora. Prometo que iremos conversar no momento certo.

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