domingo, 23 de setembro de 2007

CAPÍTULO IV (CONTINUAÇÃO)

(...)
Colocou Lucas no carrinho novamente e abriu a bolsa procurando o celular. Para variar, ela estava lotada, inclusive com o material de trabalho e acabou deixando a bolsa cair no chão.
─ Pelo visto, Serena, você sempre carrega uma pequena mala ao invés de uma simples bolsa. ─ disse alguém ao seu lado de pé.
Não ficou surpresa ao ver que era Dario. Ele estava uniformizado e com um leve sorriso na boca.
─ Deixe-me ajudá-la.
─ Obrigada, Dario.
─ É um prazer para mim. Fico feliz que se lembre de meu nome também.
─ E por que não lembraria? Esqueceu de que sou jornalista? Tenho memória fotográfica! ─ disse ela, simplesmente.
─ Não. Com certeza não me esqueci. ─ ele disse num tom levemente rouco.
Serena preferia não tentar entender algumas das sensações que estava sentindo, só por estar ao lado daquele homem.
─ Li sua matéria.
─ E...?
─ Você já deve ter recebido muitos elogios. Vai ficar convencida.
Ela quase respondeu que adoraria receber um elogio dele, mas conseguiu se conter.
─ E quem é esse garotão?
─ Lucas... ─ respondeu o menino, antes.
─ Ele é meu filho, Policial Dario. ─ disse, em tom de desafio e enfatizando a palavra policial.
Dario arqueou as sobrancelhas, um pouco surpreso.
─ Você me parece bem nova. Não sabia que era casada...
─ Não sou casada. Não posso ser mãe solteira? Por acaso é preconceituoso?
─ Não sou preconceituoso, Serena. E, se me permite dizer, fico feliz que seja solteira.
Antes que ela pudesse abrir a boca para responder, uma senhora se aproximou dele, pedindo ajuda para atravessar a rua.
─ Bom, o dever me chama. Espero poder continuar essa conversa uma outra hora. Até mais, Serena.
─ Até, Dario.
E ela sabia que gostaria muito de revê-lo.

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