domingo, 2 de setembro de 2007

CAPÍTULO II

Não basta que seja pura e justa a nossa causa. É necessário que a pureza e a justiça existam dentro de nós.
O recomeço...

A dor causada pela lembrança da mãe ainda era muito forte, mas o tempo se encarregaria de diminuí-la. Cada vez que Serena olhava para seu irmão Lucas, agradecia por ele ser tão criança ainda e não entender nada. Mas sabia que algo devia ser feito.

Num intervalo de tempo surpreendentemente rápido, conseguiu vender os únicos bens valiosos que possuíam: a casa e o carro. Com o dinheiro das vendas, alugaram uma casa na cidadezinha vizinha, a mesma que havia tirado a vida da mãe. Sabia que era um risco, porém tinha certeza de que era o último lugar que desconfiariam que eles estivessem. Nenhum de seus amigos desconfiou de nada. Como não sabiam da verdadeira história do assassinato de Marina, acharam que ela queria ficar longe de tudo que lembrasse a mãe. Serena, porém, disse apenas que ia ficar com alguns parentes e depois resolveria onde iria morar. Não queria deixar muitas pistas e foi até muito fácil.
Às vezes não acreditava ter sido capaz de ter tomado esta decisão. Justo ela que sempre fora uma menina muito calma e doce. Mas era também muito determinada e agora tinha descoberto ser muito corajosa.

A cidade se chamava Vista Formosa e era bem pequena. Era bastante arborizada, florida e com habitantes bem simpáticos. A casa que alugou, apesar de ter tido pouco tempo para procurar, tinha dois andares e estava muito bem conservada. Apesar de toda a bagunça da mudança, tinha certeza de que depois de arrumada, ficaria bem aconchegante. Comprou um outro carro mais barato e, com o resto do dinheiro, daria para sobreviver por uns tempos. Ia tentar conseguir um emprego no principal Jornal da cidade, Jornal da Vista, pois estudou para ser Jornalista, como a mãe. E, se tudo desse certo, ia começar suas investigações o mais rápido possível.

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